Boa madrugada, quinta-Feira, 18 de Abril de 2024
Casa do Ceará

Imprima




Ouça aqui o Hino do Estado do Ceará



Instituições Parceiras


































:: Jornal Ceará em Brasília


::Odontoclínica
Untitled Document

Outubro 2008

Algodão, o novo éden


Época de duro trabalho enfrentei nos anos 70, quando fui convidado para “dar uma mão” nas atividades em que um amigo e irmãos, exerciam ao tempo da monocultura algodoeira na região em que foram implantados imensos cultivos, tendo como centro referencial, o município de Santa Helena de Goiás, no sudoeste daquele estado.

A região. Não tivera história no tocante aos grandes cultivos da malvácea. Antes, foram pequenos plantios de algodão “cabocho” ou nativo, o popular “inteiro”, cujas sementes agrupadas, facilitavam o descaroçamento. Tempo em que nem de longe se falou em tecnologia ou critério seletivo. Aqueles cultivos empíricos, naturais, visavam abastecer o artesanato, que se destinava a manter antigos teares acionados manualmente ali mesmo.

Plantio de algodão sem conhecimento

Provavelmente algum dia alguém proclamou transbordante:

- Essas novas terras se presta maravilhosamente para um plantio capaz de fazer o solo produzir quantidades nunca vistas de algodão de excelente qualidade.

Alguns, menos eufóricos e mais temerosos, ainda perguntaram:

- Que variedades vamos plantar, as mais produtivas e menos sujeitas às pragas?

- Que variedades nada... o importante é que seja algodão. Essa de variedade é invenção de técnico...

- Logo começou a corrida enlouquecida. Abriram-se imensas áreas de plantio e foram as terras semeadas de sementes da malvácea.

Os líderes

No tocante aos produtores de algodão a única seleção levada em conta era a do poder econômico, a capacidade de plantar mais ou plantar menos.

Grandes áreas tiveram novos donos, principalmente “pioneiros” paulistas, por sinal já marcados por fracassos anteriores...

Os imensos latifúndios foram redimensionados fracionados, vendidos aos pedaços. Áreas de 1.000, 1.500 e até 2.000 alqueires goianos. Porém não mais os milhares de alqueires da pecuária extensiva, sem limites.

O que interessava antes era a venda anual de cinco ou dez mil cabeças de gado gordo, roliço e valorizando a baixíssimos custos. Os que os olhos atingiam eram as cabeças de gado.

Novos cultivos, novas esperanças.

Os antigos fazendeiros, broncos, atrasados, ignorantes, porém poderosos, que haviam aprendido a manter contas bancárias, corriam para as cidades mais populosas, Belo Horizonte, Uberaba, Uberlândia e até Goiânia onde aplicavam o dinheiro na construção civil. Com que nascidos do seio da terra apareceram os grandes edifícios, os arranha-céus de mais de vinte andares equipados com elevadores capazes de causar frio na barriga... Velhos, antes respeitáveis, deram-se aos mais loucos desregramentos. Os senhores agora tinham suas amantes, algumas vindas de casamentos desfeitos, mas haviam os mais refinados com uma ou duas lindas menininhas tiradas das escoladas, agora senhoras de uma total liberação sexual... Novos tempos, novos comportamentos.

Se a situação gerava novos comportamentos sociais, os cultivos também faziam suas vítimas. Matas, vegetação antes intocada, agora derrubada, moída, queimada, feito pó.

No lugar das matas virgens, agora os campos intermináveis emendados, geminados uns nos outros, numa monocultura desenfreada. Extensões de terras recebendo as carreiras simétricas que logo germinavam em bonitos desenhos, E o desenvolvimento dos algodoais eram vertiginoso. Admiravelmente vigorosos. Logo mais o imenso tapete de flores amarelas. Logo mais os milhões de casulos verdes, “gordos”, fazendo quebrarem-se os galhos fracos demais para tanto peso!

O tempo ajudava, O sol quente fazia logo arrebentarem em brancos capulhos um tapete branco que não tinha fim. Era o tempo do trabalhador braçal ser valorizado... Um pouco mais bem pago. Milhares, milhões de homens, mulheres e crianças empregados na colheita.

Até velhas malandragens eram toleradas. Uma delas: produtores derramavam litros e mais litros de pura água no algodão colhido para “ganhar peso” e o resultado era o aquecimento mais que anormal das serras. Havendo casos de perigosos incêndios nas maquinas de beneficiamento...

Decadência

A decadência foi fatal. Já nem valia a pena tanto pela quantidade quanto pela qualidade (péssima) colher o que já não prestava.

E o que havia sido paraíso dos produtos virou inferno. Certa madrugada um estourou os miolos com uma bala. Outros menos radicais brincavam de “roleta russa” à vista de todos... Outros fugiram pelo mundo sem deixar rastros. Era aquele o caro preço da imprevidência e a total falta de planejamento.

Untitled Document

Luciano Barreira
Jornalista e Escritor

                                            


:: Outras edições ::

> 2017

– Outubro
Encontro de portugas. ora, pois, pois

– Setembro
Carta omante e consultas espirituais

> 2015

– Novembro
Tenóbio

– Outubro
Conversa Íntima Entre Dois Amigos Idosos

– Setembro
Conversa Íntima Entre Dois Amigos Idosos

– Agosto
A causa da desavença do casal

> 2014

– Dezembro
Pão De Queijo
– Novembro
Os novos comandos
– Outubro
Quando se tem o mesmo nome
– Setembro
Diálogo entre Dircinéia e Craudete
– Agosto
Cabaré processa Igreja
– Julho
As frases geniais e seus autores...
– Junho
Repassando...........
– Maio
O tal do “meia” em português...
– Abril
Coisas do Brasil
– Março
Enquete de São Pedro
– Fevereiro
Quando o trabalho dignifica o homem
– Janeiro
Reações inusitadas

> 2013

– Dezembro
Dicas judaicas de economia
– Novembro
Notícias de Lisboa
– Outubro
A Internet nunca substituirá o Jornal
– Agosto
A depressão da gorila
– Julho
Dicas para fazer sexo na 3ª idade:
– Junho
Repassando...........
– Maio
O tal do “meia” em português...
– Abril
Coisas do Brasil
– Março
Enquete de São Pedro
– Fevereiro
Quando o trabalho dignifica o homem
– Janeiro
Reações inusitadas

> 2012

– Dezembro
ASSALTANTE BAIANO
– Novembro
Tempos Modernos
– Outubro
O Grande Passo
– Setembro
Como a briga começa
– Agosto
O Grande Passo
– Julho
“Se um dia você tiver que escolher entre o mundo e o amor, lembre-se: se escolher o mundo, ficará sem amor; mas se você escolher o amor, com ele conquistará o mundo” Albert Einstein
– Junho
Exigências da vida moderna (quem aguenta tudo isso???) Haja fôlego!!!!!
– Maio
O amor não ilumina o seu caminho. O nome disso é poste
– Abril
Advogado x Engenheiro
– Março
Riqueza semântica
– Fevereiro
Diferença entre macho e muito macho
– Janeiro
Conseqüências da crise na Grécia:

> 2011

– Novembro
Show da língua portuguesa!
– Setembro
Despedida do TREMA
– Agosto
Considerações aleatórias
– Julho
Prezado Técnico
– Maio
15 dicas para fazer sexo na 3ª idade:
– Junho
Ensinamentos das MÃES DE ANTIGAMENTE
– Maio
Humor Negro ¨Branco Humor’’ Corrigindo velhos ditados
– Abril
Entre quimeras e devaneios (dos outros)
– Fevereiro
Bárbara é Udentista!
– Janeiro
Algodão, o novo éden
– Dezembro
A Flor do Araguaia
– Novembro
Homenagens póstumas
– Outubro
O Policial Pichado
– Setembro
Bárbara é udenista
– Agosto
Paixão Canina
– Julho
Se é traição conjugal...
– Junho
Um comunista competente e importante
– Maio
Comuna Paidégua
– Abril
Caçadores ou Cassadores
– Março
Esse Partido Existe!
– Fevereiro
Rompimento Ideológico
– Janeiro
Negro
– Dezembro
É como dente
– Novembro
Bem merecia uma medalha
– Outubro
Algodão, o novo éden
– Setembro
Revolucionário que caga em penico
– Agosto
Combata a crise, não combata Acrisio
– Julho
O Negócio é por tapas
– Junho
As Cabras do Caio
– Maio Os Poetas cantam,
os Idealistas choram



:: Veja Também ::

Blog do Ayrton Rocha
Blog do Edmilson Caminha
Blog do Presidente
Humor Negro & Branco Humor
Fernando Gurgel Filho
JB Serra e Gurgel
José Colombo de Souza Filho
José Jezer de Oliveira
Luciano Barreira
Lustosa da Costa
Regina Stella
Wilson Ibiapina
















SGAN Quadra 910 Conjunto F Asa Norte | Brasília-DF | CEP 70.790-100 | Fone: 3533-3800 | Whatsapp 61 995643484
E-mail: casadoceara@casadoceara.org.br
- Copyright@ - 2006/2007 - CASA DO CEARÁ EM BRASÍLIA -