Agosto 2009
Educandário São José
O primeiro colégio que freqüentei foi o Educandário São José, primeiro estabelecimento de ensino misto de Sobral, fundado e dirigido pela ex-freira Honorina Passos ,irmã do monsenhor Olavo, vigário geral da Diocese, ambos padrinhos de meu irmão Elcias. Lá ia eu todos os dias, sobraçando pesada bolsa de couro que fora de meu pai. Já era muito exibido e gostava de mostrar aos colegas a facilidade com que lia qualquer livro. Era ainda tempo das primeiras descobertas do pecado. Lembro -me das conversas mantidas,à porta da Igreja do S.Francisco, sobre verdades elementares da vida. Recordo ainda : estava ao lado de Amílcar de Paula Pessoa quando começou a derrubada do velho templo, as paredes ,depois de devidamente solapadas por golpes de picaretas, puxadas a corda pelos trabalhadores.
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No Educandário São José fui também colega do Galba Aragão, que ainda anda fazendo filhos e da Rute Guimarães que,às vezes, encontro jovem e bem disposta fazendo caminhadas na avenida Beira Mar.
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Quando do lançamento de livros em Sobral, gosto de convidar minhas ex-professoras do Educandário,Conceição Vasconcelos e Lais Rodrigues. Sem falar da grande dama da educação e da sociedade,Jacira Pimentel, que ministrou matérias para nossa turma da Escola de Comércio D.José.
Ginásio Sobralense
Quando ingressei no terceiro ano ginasial do Colégio Sobralense,saido do Seminário dos Franciscanos de Campina Grande,aproximei-me de Helio Rodrigues, hoje Definitivamente ausente bem como Oswaldo rangel, outro que teve pressa em ir embora e seu irmão ,o oftalmologista Antonio Rangel.
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Nunca poderei esquecer as saborosas abacatadas que dona Alfa Montalverne Rangel preparava, em sua casa solarenga da Praça do Patrocínio, para nós e Antonio dizendo que D.Casmurro fora o primeiro romance de literatura brasileira a entrar ali, presente meu.Uma manhã, não sei porque se desentenderam Antonio Rangel e Ivan Rodrigues Mendes e foram às vias de fato. Eu,que desde cedo, sempre tomei partido, torci ardorosamente ,pela vitória de Rangel. Não sei como terminou a troca de tapas ,sei que deu em nada, nâo morreram gregos nem goianos e todos terminaram amigos.
Convite num pedaço de jornall
Pois bem. Ivan é um cara que, infelizmente, vejo pouco e sempre rapidamente. É pena. Quando o prefeito Leonidas Cristino decidiu promover festa do lançamento de minha Biografia, produzida por Luiza amorim, passei eu pelo seu escritório e vi que nâo dispunha mais de nenhum convite.
Rasguei pedaço do jornal que lia e nele escrevi bilhete a Ivan Rodrigues Mendes, convidando o a me prestigiar ,noite seguinte, na biblioteca Lustosa da Costa. Pois foi com o pedacinho de jornal rabiscado que ele se me apresentou para comparecer à festa que me prestigiava.
É do que me lembro quando o telefone toca de Sobral e quem me chama é Ivan que me convida a dar o ar de minha graça à solenidade que se realizará,em Fortaleza, em agosto em que será homenageado como advogado padrão do Ceará. Vou fazer todo o possivel para estar ao lado do colega e amigo do ginasial da década de cinquenta.
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Galba
De Ibiapina, Galba Aragão aplaude minhas colunas politicas:"O véi macho",é o que diz. .Nem tanto,nem tanto ,Galba. Velho sou , macho nem tanto mais.Apenas quero morrer em paz com minha consciência e esta me manda apoiar Lula e o PT e nâo preconceituosos e privilegiados. É claro que nem todos me aplaudem com a generosidade de Galba,colega de Educandário São José,no primario em Sobral e que,nos últimos anos,foi a dois lançamentos de livros meus,editados em Portugal. Chegam-me agravos e duras acusações pessoais que respondo à altura. Se querem brigar na sarjeta ,vamos brigar na sarjeta. É claro que quem me faz restrições civilizadas recebe respostas civilizadas. Quem me chama de corrupto ou de venal, ouve revelações sobre a vida sexual de sua mãe, que surpreenderia até a velha meretriz. Meus filhos me advertem que,septuagenário,tenho de ser mais contido. Não posso descer tão baixo. Muito menos posso suportar agravos,ofensas vis,si lencioso,impassível,inerte.
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Ainda sou polemico
A mim não agradam ataques, claro. Mas, sob a ótica prosisional, até me conforta ver que minha participação no jornal agrada a uns e desagrada a outros. Ruim era se estivesse em cima do muro, sem me definir, esperando ver quem ganha a guerra,para encostar o ombro ao andar do vitorioso..
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(*) Lustosa da Costa (Sobral), jornalista e escritor.