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Agosto 2015

Cariri, Operação Turismo

Graças à beleza natural que ostenta, a região do Cariri, situada no extremo sul do Ceará, é detentora de invejável potencialidade turística ainda por explorar. Pena que esse manancial paisagístico não tenha chamado até hoje a atenção da gente de lá para o seu aproveitamento como atração turística e o que isto representaria não só em termos de cultura e de desenvolvimento social, mas, sobretudo, como fonte considerável de receita.

Remonta ao longe a abordagem da ideia de aproveitamento turístico da região. Data dos idos de 1959, quando o jornalista cratense João Lindemberg de Aquino expôs a questão em artigo publicado no suplemento “O Estado do Cariri”, do jornal “O Estado”, editado em Fortaleza. Em 1961, retomou o assunto em alentado trabalho intitulado “Fomento ao Turismo no Cariri”, publicado na revista “Itaytera”, do Instituto Cultural do Cariri (ICC), sediado no Crato, mostrando de modo quase didático como proceder para o aproveitamento racional dos elementos que generosamente a natureza prodigalizou à região sul do Ceará.

Naquele ano de 1959, migrei do Crato para o Rio de Janeiro. Ali, ainda transido de nostalgia, me deparei, casualmente, com o artigo de Lindemberg. De logo, passei a escrever sobre o assunto no hebdomadário cratense “A Ação”, sob o título geral de “Cariri, Operação Turismo”. Cuidei ao mesmo tempo de obter junto ao Touring Club do Brasil material acerca do assunto, a fim de dar sustentação à campanha deflagrada pelo jornalista cratense. No Touring, contei com a boa vontade do Dr. Chagas Dória, o número 2 da instituição, que me obsequiou com farto material impresso do qual extraí informações necessárias à elaboração de um programa de aproveitamento das potencialidades turísticas da região. Também me vali de sugestão de jornalista carioca, que assinava coluna de turismo no “O Jornal”, o qual sugeria a criação de “clubes municipais de turismo”, destinados a promover intercâmbio turístico entre cidades. Abordei o assunto no jornal da Diocese e, imediatamente, o ICC encampou a ideia, criando ele próprio o único clube de turismo da Região, o qual por ser único restou inoperante, não havendo outros com os quais intercambiar.

Conceituado médico e cronista na Região, Quixadá Felício juntou-se a nós e em artigos na imprensa de Fortaleza chamava a atenção das autoridades municipais para a importância de transformar o Cariri em polo turístico. Não obstante todo o empenho, a campanha resultou em fracasso, incapaz de romper a barreira do indiferentismo dos governantes municipais e da falta de sensibilidade da parte dos segmentos aos quais sem dúvida mais diretamente interessaria a atividade turística.

Decorridos já cinco décadas, turismo ao que parece continua assunto que não frequenta a pauta de atuação dos gestores municipais da Região. Mantém-se ao largo de ser tratado como elemento de fundamental importância na vida social, cultural e econômica do Cariri.

Considerado verdadeiro oásis na aridez do sertão combusto, o Cariri já não dispõe de uma de suas atrações naturais de maior pujança: o deslumbrante cenário formado pelo tapete verde dos canaviais que se estendia por quase toda a região e as fumegantes chaminés dos numerosos engenhos de rapadura, um dos símbolos regionais de maior expressão, hoje reduzidos à meia dúzia, se tanto. Não obstante esse desfalque paisagístico, outros elementos existem que se ajustam perfeitamente ao propósito de estímulo à atividade turística, incluindo-se itens como história, cultura popular, religiosidade, artesanato, entre outros, de que o Cariri é pródigo.

Tome-se como referência a cidade de Juazeiro do Norte. Desprovida embora de belezas naturais que sirvam de atração a visitantes, se impôs como elemento turístico, no item de religiosidade, graças ao fluxo de devotos do Padre Cícero e de Nossa Senhora das Dores, padroeira da cidade, os quais em número cada vez maior demandam em romarias constantes em direção à Meca ciceropolitana. Indiscutível que esse fato constitui sem dúvida um dos pilares da extraordinária expansão da cidade, hoje a mais importante da região do Cariri. Juazeiro se desenvolve em todas as direções, não só no campo da cultura, da educação, do aumento populacional, da política, sobretudo da economia. O ritmo acelerado do seu crescimento tem chamado cada vez mais a atenção de grandes grupos empresariais do norte e sul do país que ali instalam unidades, alavancando de maneira extraordinária a economia do município.

(*) José Jézer de Oliveira (Crato), Jornalista e ex-presidente da Casa do Ceará.

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José Jezer de Oliveira


                                            


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