Janeiro 2009
Vaidade que mata
Tem doença demais espalhada por aí. Câncer, AIDS, cistite, colesterol, dengue, diabetes, hepatite. leucemia, sarampo, gripe suína, meningite, Obesidade. Tem gente que morre de medo de ficar doente, de ter que ir a um hospital, passar por cirurgia. No entanto, tem mulher sadia, que vive procurando médicos. Entre essas estão as que não se conformam com o próprio corpo e partem para regimes alimentares rigorosos à procura de uma silhueta ideal. Terminam sofrendo de transtornos alimentares.
São jovens e adolescentes com anorexia nervosa, bulimia. Outras fumam, bebem, sem se incomodar com as doenças cardíacas. Hoje o coração mata mais mulheres que homens. Há as que mexem no corpo com uma irresponsável desenvoltura, Em nome da vaidade. trocam partes de sua própria estrutura como se fossem peças de um quebra-cabeça. Aumentam e diminuem seios, coxas e nádegas. As gordurinhas muitas vezes desaparecem apenas com exercícios, mas elas vão aos consultórios insatisfeitas com elas mesmas. Tem uma, no Rio, que retirou os lábios da vagina, que foi fechada com cola, só para desfilar pelada no carnaval carioca. Vaidade ou loucura? A mídia tem divulgado sistematicamente a morte daquelas que não resistiram a cirurgias plásticas. Agora mesmo, em Brasília, uma jovem aumentou essa estatística. O caso dela deve servir de alerta. A paciente nem sempre está em boa forma física e psicológica. Às vezes, como no caso de Brasília, é o próprio médico que não está preparado.
Em caso de necessidade real, escolha bem o cirurgião. Não entre num hospital sem antes especular se ele está devidamente equipado com UTI. Veja se tem ambulância. São cuidados que podem lhe salvar a vida. Não entre na lista das mulheres sadias que se submetem a esse tipo de operação pensando na concorrência, no que as outras “estão pensando de mim”. O poeta diz que a beleza é fundamental. Mas não esqueça que é o próprio Vinicius de Moraes que afirma que uma mulher não pode ser só linda: “Ela tem que ter qualquer coisa alem da beleza, qualquer coisa feliz”. E isso você descobre olhando pra dentro de você, não é em mesa de cirurgia . Antes de se decidir pela plástica procure sua beleza interior. Essa nem o tempo lhe rouba.
(*) Wilson Ibiapina (Ibiapina), jornalista