Bom dia, quinta-Feira, 21 de Novembro de 2024
Casa do Ceará

Imprima




Ouça aqui o Hino do Estado do Ceará



Instituições Parceiras


































:: Jornal Ceará em Brasília


::Odontoclínica
Untitled Document

Agosto 2015

Há vida lá fora...

“Há vida lá fora. Só falta achar”. Ah! a matéria , no jornal, em letras gigantes , me fez rir. Na constatação, uma vez mais, que pessoa alguma, ninguém, pode fugir dessa busca infindável, interminável, inesgotável, permanente, constante, deste pobre mortal! Não acaba nunca! Carregamos, nós, simples mortais, essa sina de buscar, de ansiar, de procurar, de tentar, para repetir, indefinidamente, sofrendo por um mais que nos acena, torturando a alma e o coração. Como um carimbo, uma marca, um selo dentro de cada um. A fuga é impossível! O carimbo é intrínseco, na pele, na alma, no coração!

E começa cedo o desejo, a procura, o anseio. Com poucos meses a criança busca a mãe, imperiosamente. Na infância, deseja o brinquedo, a bola, o velocípede, a bicicleta! Adolescente, sonha com a moto, com o carro. Depois com a universidade. Tenta o emprego. A profissão, o poder, a glória, o dinheiro! A importância, o cargo. Uma busca infindável, quase um tormento. O tormento de estar sempre buscando! É o Suplício de Tântalo! Trazemos, no mais íntimo de nós, esse carimbo, marca indelével de sermos mortais, esse anseio de vir a ser, de encontrar, de conseguir. Irremediavelmente! Conta a Mitologia que Tãntalo por um terrível crime que cometeu, o seu pai, um deus, condenou-o a um desterro, longe de todos e de tudo. com um castigo sem atenuantes e sem fim! Pagando o pecado, tinha á sua volta uma floresta imensa, árvores de todas as espécies, carregadas de frutos, mas que não podia come-las! Por mais que desejasse, por mais que tentasse, sofria pelo desejo insaciável de alcança-las! ! Cada vez que se aproximava, elas se afastavam! Um anseio que persistia, indefinidamente. Uma tortura infindável! E como se não bastasse, à sua frente, agua, agua em abundância mas jamais poderia bebe-la!. Quando insistia em alcança-la, mais se distanciava, embora viva, latente, tivesse a ilusão de que o anseio teria fim! Frutos coloridos, agua borbulhante, oferecendo frescor, alegria, prazer, mas, afastada, toda e qualquer possibilidade de superar a ansiedade! O Suplício de Tântalo, a eterna procura, a busca sem fim, o anseio permanente por algo que se que se tenta reter, possuir, se apossar!

Muitos perderam a vida nessa busca! O preço da insistência! Outros, correram o risco de perdê-la! Injustiçados! Galileu, um deles, hoje considerado o Pai da Ciência Moderna! Falha, a justiça humana! Ontem, hoje, em total desacordo! como se pisássemos, sempre, em areia movediça! Físico consagrado, matemático famoso, foi acusado de heresia, condenado, e obrigado a ir à Roma, para assinar um decreto do Tribunal da Santa Inquisição, de santa só o nome! Declarava que a visão que professava e que proclamava, era apenas uma hipótese! Obrigado a negar a sua descoberta! Hoje, aclamado, incensado! Na sua busca, verdade científica, de que não era a Terra o Centro do Universo, pensamento aceito pelos físicos na época, mas apenas girava em volta de uma estrela, o Sol, quase perdeu a vida! Foi obrigado a recuar nas suas declarações , suas obras foram censuradas, proibidas, afastado de todo o meio científico. Embora constatado o seu valor como homem de Ciência, tivesse feito grandes descobertas, as montanhas da lua, os satélites de Jupiter, os anéis de Saturno, morreu abandonado, condenado, só. “A matemática é o alfabeto de Deus”, ele afirmava, convencido da veracidade da sua descoberta.

Os astrônomos, hoje, não vacilam em afirmar que não estamos sós, no Universo. E porque, seríamos os privilegiados em guardar a vida? Nesse espaço incomensurável, um pequeno planeta girando em volta de uma estrela, entre milhões de outros, o que de extraordinário e excepcional teria, para ganhar de um Deus tamanha gloria? A busca persiste. Em nós, a sede do Infinito. O anseio de atingir as fronteiras do melhot.

Um dia, talvez nem tão distante, quando forem mais sofisticados e mais apurados os aparelhos, mais precisos os cálculos dos astrônomos, possam eles proclamar, afirmar em letras gigantescas:” Achamos! Como nós, vivendo, sofrendo, também procurando, exixte, longe, alguém que canta uma canção, recita um verso, olha dentro dos olhos de alguém que ama e embevecido declara: Ah! Como eu te amo !”

(*) Regina Stella (Fortaleza), jornalista e escritora.

Untitled Document

Regina Stella S. Quintas
Jornalista e Escritora
studartquintas@hotmail.com

                                            
:: Outras edições ::

> 2015

– Outubro
Camaleões à solta

–Setembro
Um instante de Solidariedade

> 2015

– Novembro
Coronel Chichio

– Outubro
Uma ponte...

– Setembro
Um verbo para o encantamento

Agosto
Há vida lá fora...

> 2014

Setembro
Seca: a tragédia se repete
Agosto
Seca: a tragédia se repete
Julho
Gente brava
Junho
Dia da Alegria
Maio
Precioso bem
Abril
Aquele velho “OSCAR”
Maro
Estórias de sertão, estórias de cangaço
Fevereiro
Recado para quem sai
Janeiro
Rota para a vida

> 2013

Dezembro
Na festa do tempo, um brinde à vida
Novembro
Em velha trova do tempo. Trinta dias tem setembro. Abril, junho, novembro...
Outubro
O Gênio e o Homem
Agosto
O Gênio e o Homem
Julho
Um presente de vida a Mandela!
Junho
Dia da Alegria
Maio
Precioso bem
Abril
Aquele velho “OSCAR”
Maro
Estórias de sertão, estórias de cangaço
Fevereiro
Recado para quem sai
Janeiro
Rota para a vida

> 2012

Dezembro
As lições de amor e ternura fazem eterno o Natal
Novembro
As luzes estão acesas
Outubro
Amarga ironia
Setembro
O trono vazio
Agosto
A última trincheira
Julho
Parece que foi ontem...
Junho
Atores de todos os tempos
Maio
Seca: a tragédia se repete
Abril
Imaginação ou realidade?
Maro
Um Século de Sabedoria
Fevereiro
Trágedia e Carnaval

> 2011

Novembro
Trilhas da vida
Setembro
Um mercenário a caminho
Agosto
Usar sem abusar
Julho
Como as aves do céu
Maio
Quem se lembra de Chernobil?
Junho
Sino, coração da aldeia...
Maio
Maio, cada vez menos Mês de Maria, está indo embora...
Abril
Bonn, Bonn
Fevereiro
Depois da festa...
Janeiro
Um brinde ao Novo Ano

> 2010

Dezembro
Nos limites de um presente,um presente sem limites
Novembro
Homem total
Outubro
Estórias de sertão, estórias de cangaço
Setembro
Um tempo que se perdeu
Agosto
Império do Medo
Julho
Acenos de Esperança
Junho
Maio, cada vez menos Mês de Maria, está indo embora...
Maio
Poema Impossível
Março
Numa tarde de verão
Fevereiro
Caminhos de ontem
Janeiro
Muros de Argila

> 2009

Dezembro
Um Brinde Vida
Novembro
A vez da vida
Outubro
Gente brava
Setembro
Gente brava
Agosto
Lição de vida no diálogo dos bilros
Julho
Camalees solta
Junho
Síndrome de papel carbono
Maio
Um tempo que se perdeu


:: Veja Também ::

Blog do Ayrton Rocha
Blog do Edmilson Caminha
Blog do Presidente
Humor Negro & Branco Humor
Fernando Gurgel Filho
JB Serra e Gurgel
José Colombo de Souza Filho
José Jezer de Oliveira
Luciano Barreira
Lustosa da Costa
Regina Stella
Wilson Ibiapina
















SGAN Quadra 910 Conjunto F Asa Norte | Brasília-DF | CEP 70.790-100 | Fone: 3533-3800 | Whatsapp 61 995643484
E-mail: casadoceara@casadoceara.org.br
- Copyright@ - 2006/2007 - CASA DO CEARÁ EM BRASÍLIA -