Boa tarde, quinta-Feira, 21 de Novembro de 2024
Casa do Ceará

Imprima




Ouça aqui o Hino do Estado do Ceará



Instituições Parceiras


































:: Jornal Ceará em Brasília


::Odontoclínica
Untitled Document

Novembro 2012

As luzes estão acesas

As luzes já estão piscando, os pinheiros enfeitados de pingentes coloridos, laços vermelhos e dourados se perfilam, engalanadas as vitrines, e novembro se espanta com um aparato que nunca lhe foi oferecido! Erraram as contas! Dezembro ainda está longe, mas os shoppings com a sofreguidão em faturar já se apresentam com cara de festa, se antecipam anunciando o Natal e as festas de fim de ano!

O salário, curto, e a interminável lista de compromissos a saldar angustiam o pobre coitado que se aventura pelas galerias iluminadas, com a intenção de, também se antecipando, saber o quanto lhe vai sobrar depois dos gastos inadiáveis.E assim, calculando, fazer frente aos preços estipulados na vitrine, acenando, facilitados, divididos, e maquiavelicamente magnetizando!

As aulas, na escola, ainda não findaram, mas o pagamento já se anuncia, com a ameaça provável do aluno perder a vaga no próximo ano, se a matrícula não se apresentar no tempo exato! Os algarismos são gordos, polpudos na hora da contabilidade, por mais se tente emagrece-los quando se apresentam as contas de luz, água, telefone, o dentista, a farmácia, os extras, impreteríveis. Milagre, ninguem faz. Urge apertar o cinto, restringir o que adoça a boca, jogar para frente aquele velho desejo protelado há meses!

Mesmo sabendo que ainda é novembro, todo aparato é mero artifício do comércio instigando o consumismo, o coração se alvoroça ante as luzes e os pinheiros. Mesmo que os céticos, no intuito de fazer sombra à alegria digam que a data é simplesmente simbólica e que Cristo não veio ao mundo em dezembro, 25, que importa o dia, as voltas que a Terra deu em volta do Sol, calendário criado pelo homem para facilitar-lhe o dia a dia? Importa acreditar nessa verdade e repetir que certo dia uma criança aportou a este planeta trazendo uma mensagem de amor que iria modificar todo o comportamento humano.E decisivamente influir no seu pensamento e nas suas ações. Com tal intensidade e força que passados dois mil anos ainda se persegue esse amor como uma meta a alcançar, um sentido para a vida.

Cristo aceitou a natureza humana, e como homem, convivendo com os homens, conheceu-lhes as limitações e a vulnerabilidade.Viu-se cercado da hipocrisia, da falsidade, da ânsia do poder. Movidas pela inveja as ciladas se ergueram, convencidas de apanha-lo em contradição, ao apresentar-lhe a lei e a liberdade como em lados opostos,_ “Senhor, disseram-lhe, sabemos que não lisongeias a ninguem, porque não olhas para as aparências, é lícito pagar o imposto a Cesar? Pondo a descoberto a astúcia e a perfídia, Cristo segurou a moeda do imperador que lhe era mostrada, prova do imposto exigido, e anulando a emboscada armada simplesmente retrucou, calando-os,: estupefatos;” Daí a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”. Ao lhe trazerem a adúltera, também pondo em confronto a lei judaica, extremamente severa, que mandava apedreja-la, e a caridade que pregava, Cristo com a autoridade inerente, conhecendo-lhes a malícia respondeu:” Quem não tiver pecado, atire a primeira pedra”. Acusados pela própria consciência foram saindo, um a um, sorrateiramente...”

Agora que se aproxima o Natal e se comemora a vinda de Cristo e a sua permanência entre nós como um privilégio ao homem, ponto de referência para uma tomada de posição à caminhada deste inveterado andarilho, renasce em cada mortal o desejo do bem, o anseio de generosidade e justiça, o desejo de compreender, de perdoar, de abrir o coração, de externar o sentimento, de soltar as amarras. E livre, sem os grilhões do egoísmo, sem a sofreguidão de ter, deixar que venha à tona o anseio de ser.

Retornam as lembranças queridas, o rosto das pessoas amadas com quem convivemos adoráveis momentos, retornam fatos que marcaram decisivamente a nossa caminhada. E de pureza e ternura se enche o coraçãoVolta a criança de ontem, sonhando com o carrinho de bombeiro, com o caminhãozinho de madeira, colorido, com a boneca que se viu na vitrine, e a cena muito antiga dos sapatinhos enfileirados no corredor da velha casa, aguardando a passagem do Papai Noel. No tempo em que o bom velhinho povoava de sonhos e ansiedade a inocência que dormia.

São outros os tempos , e o que ficou no ontem retorna apenas na saudade, Difíceis os dias e as perspectivas do amanhã mostram nuvens carregadas.Voltemos ao presente que muito perto de nós há choro e dor, lágrimas e desalento. As luzes estão acesas anunciando o Natal e uma multidão espera por nós para sobreviver. Milhões de indigentes, homens, mulheres, crianças abandonadas, discriminadas, a fome ameaçando-´lhes a vida.

Natal não é festa de uma noite! A solidariedade precisa continuar, e a generosidade, permanecer. As luzes estão acesas...

(*) Regina Stella (Fortaleza), jornalista e escritora

Untitled Document

Regina Stella S. Quintas
Jornalista e Escritora
studartquintas@hotmail.com

                                            
:: Outras edições ::

> 2015

– Outubro
Camaleões à solta

–Setembro
Um instante de Solidariedade

> 2015

– Novembro
Coronel Chichio

– Outubro
Uma ponte...

– Setembro
Um verbo para o encantamento

Agosto
Há vida lá fora...

> 2014

Setembro
Seca: a tragédia se repete
Agosto
Seca: a tragédia se repete
Julho
Gente brava
Junho
Dia da Alegria
Maio
Precioso bem
Abril
Aquele velho “OSCAR”
Maro
Estórias de sertão, estórias de cangaço
Fevereiro
Recado para quem sai
Janeiro
Rota para a vida

> 2013

Dezembro
Na festa do tempo, um brinde à vida
Novembro
Em velha trova do tempo. Trinta dias tem setembro. Abril, junho, novembro...
Outubro
O Gênio e o Homem
Agosto
O Gênio e o Homem
Julho
Um presente de vida a Mandela!
Junho
Dia da Alegria
Maio
Precioso bem
Abril
Aquele velho “OSCAR”
Maro
Estórias de sertão, estórias de cangaço
Fevereiro
Recado para quem sai
Janeiro
Rota para a vida

> 2012

Dezembro
As lições de amor e ternura fazem eterno o Natal
Novembro
As luzes estão acesas
Outubro
Amarga ironia
Setembro
O trono vazio
Agosto
A última trincheira
Julho
Parece que foi ontem...
Junho
Atores de todos os tempos
Maio
Seca: a tragédia se repete
Abril
Imaginação ou realidade?
Maro
Um Século de Sabedoria
Fevereiro
Trágedia e Carnaval

> 2011

Novembro
Trilhas da vida
Setembro
Um mercenário a caminho
Agosto
Usar sem abusar
Julho
Como as aves do céu
Maio
Quem se lembra de Chernobil?
Junho
Sino, coração da aldeia...
Maio
Maio, cada vez menos Mês de Maria, está indo embora...
Abril
Bonn, Bonn
Fevereiro
Depois da festa...
Janeiro
Um brinde ao Novo Ano

> 2010

Dezembro
Nos limites de um presente,um presente sem limites
Novembro
Homem total
Outubro
Estórias de sertão, estórias de cangaço
Setembro
Um tempo que se perdeu
Agosto
Império do Medo
Julho
Acenos de Esperança
Junho
Maio, cada vez menos Mês de Maria, está indo embora...
Maio
Poema Impossível
Março
Numa tarde de verão
Fevereiro
Caminhos de ontem
Janeiro
Muros de Argila

> 2009

Dezembro
Um Brinde Vida
Novembro
A vez da vida
Outubro
Gente brava
Setembro
Gente brava
Agosto
Lição de vida no diálogo dos bilros
Julho
Camalees solta
Junho
Síndrome de papel carbono
Maio
Um tempo que se perdeu


:: Veja Também ::

Blog do Ayrton Rocha
Blog do Edmilson Caminha
Blog do Presidente
Humor Negro & Branco Humor
Fernando Gurgel Filho
JB Serra e Gurgel
José Colombo de Souza Filho
José Jezer de Oliveira
Luciano Barreira
Lustosa da Costa
Regina Stella
Wilson Ibiapina
















SGAN Quadra 910 Conjunto F Asa Norte | Brasília-DF | CEP 70.790-100 | Fone: 3533-3800 | Whatsapp 61 995643484
E-mail: casadoceara@casadoceara.org.br
- Copyright@ - 2006/2007 - CASA DO CEARÁ EM BRASÍLIA -