Setembro 2011
Pega Pinto: uma bebida que refrescava os fortalezense
O jornalista Gervásio de Paula
me remeteu a Fortaleza dos anos
60, época em que o refrigerante
preferido dos habitantes da cidade
era o refresco - ou aluá? - de Pega-
-Pinto.
Trata-se de uma raiz que chegou
a ser colhida entre os túmulos do
cemitério São João Batista para
poder garantir o consumo. Na
praça do Ferreira, o comerciante Mundico abriu uma
lanchonete - ou merendeira? - de apenas uma porta,
bem pequena, que tinha como principal produto o
Pega-Pinto, delicioso diurético que era servido com
tapioca ou pedaço de bolo.
Depois dos filmes nos cines Moderno, Majestic,
São Luiz ou Diogo, a rapaziada lotava o Pega-Pinto do
Mundico, que concorria com o caldo de cana da Leão
do Sul. O progresso expulsou o Mundico da rua Major
Facundo para a Duque de Caxias, perto da praça do
Carmo. Fui embora de Fortaleza e não tive mais notícia
da garapeira famosa.
Hoje, o Gervásio espalha na Internet essa foto dele
tomando aluá de Pega-Pinto por um Real. Vou saber
onde fica para fazer o mesmo quando for a Fotaleza.
Só espero que não seja armação dele para nos matar
de inveja e saudade.
O aluá está de volta a Fortaleza
A resposta do Gervásio:
Wilson, O pega-pinto é vendido, atualmente,
na lanchonete Azteca, no
térreo do edificio da ACI, esquina
das ruas Liberato com Pereboyre
Siva, onde joguei muita conversa
fora com omestre Américo Barreira,
quando editei durante 10 anos a
revista RMC, de responsabilidade
jurídica dele.
O escritório do Estadista do Municipalismo,
nome que deiquando
escrevi a biografia do Américo, em
2003, com capa de Audifax Rios e prefácio de Blanchard
Girão, pela Fundação de Cultura, Esportes e Turismo
(Funcet). Na época dirigida pelo poeta Barros Pinho
A foto do pega-pinto foi feita recentemente pelo
Antônio Duarte, profissional da velha Última Hora,
do SamuelWainer e outras publicações de renome na
década de 60. Ele veio para Fortaleza com promessa
de se fixar, numa empresa de comunicação - mesmo
após as eleiçõesrecentes - para quem trabalhou. Levou
bolo. E, agora, está desempregado, sobrevivendo numa
quitinete com umas economias que fez. Aqui e ali faz
free-lancer para o DN. Fez, inclusive, um documentário
sobre a Praça do Ferreira.
O seu blog está bom...Precisa de um cronista leve
para contar, com lirismo, fatos ocorridos diariamente
nas ruas.
Abrs
Gervásio de Paula
(*) Wilson Ibiapina (Ibiapina), jornalista. A matéria
foi publicada no blg do Wilson Ibiapina, Conversa Piabaa