Agosto 2012
Hábitos antigos
Erbe Firmeza me revela que Estrigas, o grande pintor, ainda usa a máquina de escrever mais antiga em funcionamento no Estado. Deste mal sofrem grandes jornalistas, grandes advogados. É o caso de Blanchard Girão, que ainda não se rendeu à modernidade. É o caso do médico e poeta José Telles, que doou micro para a biblioteca a que deu o nome do pai, em Bitupitá, embora ele mesmo não navegue na internet. Meus filhos nunca usaram tal equipamento. Tenho saudades das pesadas máquinas do IAPC em Sobral de que meu pai era gerente, protegidas por pesadas cobertas de metal à noite. Ali escrevi muito. Sem falar que até 1994 vivi do trabalho em máquina de escrever. Só, então, passei a usar computador.
Obsoleto
Há muita coisa que não existe mais e que era presença em minha infância. Um dia desses, ouvi o Juarez Leitão falar de paçoca pilada.
Máquina
Um dia desses, e já faz tempo, foi uma correria danada na TV Globo de Brasília quando se precisou de uma máquina de escrever para preencher um formulário. A salvação foi um contador, indo a seu escritório, usar a máquina sobrevivente.
Brilhantina
Ninguém usa mais mata-borrão. Nem papel carbono. Muito menos a prensa, que funcionava como copiador. Há ainda alguém que use brilhantina como aquela com que ensopávamos o cabelo de adolescente.
Gráfica
Quando adolescente, trabalhei no Correio da Semana, de Sobral, que ainda circula. Naquele tempo, não havia linotipo, ou computador. A composição gráfica era feita à mão, tipo a tipo.
Exceções
Há, porém, exceções, brilhantes exceções. Lembro o ex-deputado e jornalista José do Nascimento. Morreu, com mais de 80 anos, produzindo, no microcomputador, o seu editorial para o nosso Diário do Nordeste.
Batina preta
Onde encontrar irmãs de caridade com aquele chapelão armado que lembrava avião prestes a alçar voo? Ninguém mais vê padre de batina. Muito menos de batina preta, como nos meus tempos de menino.
Rádio-escuta
Com a internet, a gente nem lembra que as emissoras de rádio recorriam a jornalistas para captar noticiário divulgado por congêneres no Centro-Sul. Eram os rádio-escutas.
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(*) Lustosa da Costa (Sobral), jornalista e escritor.