Boa madrugada, terça-Feira, 16 de Julho de 2024
Casa do Ceará

Imprima




Ouça aqui o Hino do Estado do Ceará



Instituições Parceiras


































:: Jornal Ceará em Brasília


::Odontoclínica
Untitled Document

Abril 2013

Aquele velho “OSCAR”

Para persistir na tradição e manter a notoriedade, festa sempre renovada, a entrega do “OSCAR” aos que mais se destacaram na arte cinematográfica, direção, interpretação, roteiro, música, curta metragem, efeitos especiais, fotografia, figurino, se vestiu de luzes e de brilho, e envolveu de magia e sonho os expectadores, acesa a velha chama da fantasia.

Eu me lembro bem, daquele “OSCAR”, há alguns anos, e com certa nostalgia.

Os grandes astros do cinema, transformados em mito, permanecem até hoje irreais, mimetizados nos personagens que interpretaram, e perdida a própria identidade. Clark Gable, irrevogavelmente será sempre Red Butler, e Vivien Leigh jamais deixará de ser a Scarlet O’ Hara de “O vento levou...”, eternamente jovens e fascinantes, longe da tirania dos anos e a salvo da pátina do tempo.

Levados pela sétima arte acima do comum dos mortais, na história de amor, no heroísmo, na trama, no ardil que na tela viveram, não podem envelhecer, tornarem-se vulneráveis, sem o viço da juventude que lhes transmitia energia e vitalidade. Um mito. Por isso mesmo foi um impacto, no iluminado cenário do velho “Oscar”, a entrada de Jennifer Jones, inesquecível em “O Suplício de uma saudade” para a entrega do prêmio ao vencedor da noite. Nítida na lembrança, tão forte e marcante o personagem, a imagem da jovem médica eurasiana, conflitada entre a pátria e o amor, no encantamento de uma desarvorada paixão. Nos acordes de “Love is a many esplendored thing” retornou à imaginação, a esguia e doce figura da mulher chinesa, envolvida emocionalmente com um correspondente de guerra, jornalista americano, no conflito da Coréia.

Terrível carrasco, o tempo se fez presente na noite.do “Oscar”. No palco iluminado, eu me lembro, de um lado a outro atravessou uma senhora trêmula, alquebrada, visivelmente nervosa, e muito mais, escandalosamente agredida pelos anos. Da jovem chinesa, nem lembrança, da romântica doçura, nem sinal, e do arrebatamento... ah! se esboroava ali, aos olhos de todos, tristemente, um mito dos anos verdes.

Poucos dias antes, o noticiário dava conta da trajetória de Bette Davis e dos seus áureos tempos, quando pontificava em Hollywood. Na sua lenta descida, tornava-se evidente a ação devastadora dos anos, nos papeis irrelevantes que lhe foram dados na televisão e em filmes destituídos de importância. Para a sua autobiografia, recusada a publicação por seu antigo editor, teve que anunciar num jornal o seu intento! Numa fotografia dos tempos de sucesso e dos últimos tempos, contrastavam as duas Bette Davis, numa comprovação de que a vida cobra um alto preço pelo privilégio de prorrogar os dias de qualquer mortal! Principalmente para quem viveu de glórias e de aparências num mundo de fantasia, vendendo sonho e ilusão.

Se é penoso envelhecer, pelo despojamento, cada dia, das forças, da energia, do viço, há contudo uma sabedoria em aceitar a evidência, lei da vida, tributo inadiável à graça de ter sido prolongado o tempo, para usufruir de bens e de dons que nem todos receberam. Drástica a alternativa que nos impõe a vida: envelhecer ou morrer. E convenhamos que vale o tributo, sim, assistir tranqüilamente o entardecer...

Não são as rugas, retalhado o rosto, mapa riscado por sinuosas linhas, o olhar já sem o brilho de outrora e a chama se esvaindo, que tornam triste envelhecer. Doloroso é não saber se render e não aceitar a evidência, a hora exata de sair de cena. O reconhecimento natural e simples de que chegou o instante de passar a outrem o timão do barco, desempenhado o papel, concluída a tarefa.

Eternamente se renova a vida e é justo entregar as chaves aos que se acercam, plenos de vigor e arrebatamento. Resta ao cisne seu canto mais lindo...

(*) Regina Stella (Fortaleza), jornalista e escritora

Untitled Document

Regina Stella S. Quintas
Jornalista e Escritora
studartquintas@hotmail.com

                                            
:: Outras edições ::

> 2015

– Outubro
Camaleões à solta

–Setembro
Um instante de Solidariedade

> 2015

– Novembro
Coronel Chichio

– Outubro
Uma ponte...

– Setembro
Um verbo para o encantamento

Agosto
Há vida lá fora...

> 2014

Setembro
Seca: a tragédia se repete
Agosto
Seca: a tragédia se repete
Julho
Gente brava
Junho
Dia da Alegria
Maio
Precioso bem
Abril
Aquele velho “OSCAR”
Maro
Estórias de sertão, estórias de cangaço
Fevereiro
Recado para quem sai
Janeiro
Rota para a vida

> 2013

Dezembro
Na festa do tempo, um brinde à vida
Novembro
Em velha trova do tempo. Trinta dias tem setembro. Abril, junho, novembro...
Outubro
O Gênio e o Homem
Agosto
O Gênio e o Homem
Julho
Um presente de vida a Mandela!
Junho
Dia da Alegria
Maio
Precioso bem
Abril
Aquele velho “OSCAR”
Maro
Estórias de sertão, estórias de cangaço
Fevereiro
Recado para quem sai
Janeiro
Rota para a vida

> 2012

Dezembro
As lições de amor e ternura fazem eterno o Natal
Novembro
As luzes estão acesas
Outubro
Amarga ironia
Setembro
O trono vazio
Agosto
A última trincheira
Julho
Parece que foi ontem...
Junho
Atores de todos os tempos
Maio
Seca: a tragédia se repete
Abril
Imaginação ou realidade?
Maro
Um Século de Sabedoria
Fevereiro
Trágedia e Carnaval

> 2011

Novembro
Trilhas da vida
Setembro
Um mercenário a caminho
Agosto
Usar sem abusar
Julho
Como as aves do céu
Maio
Quem se lembra de Chernobil?
Junho
Sino, coração da aldeia...
Maio
Maio, cada vez menos Mês de Maria, está indo embora...
Abril
Bonn, Bonn
Fevereiro
Depois da festa...
Janeiro
Um brinde ao Novo Ano

> 2010

Dezembro
Nos limites de um presente,um presente sem limites
Novembro
Homem total
Outubro
Estórias de sertão, estórias de cangaço
Setembro
Um tempo que se perdeu
Agosto
Império do Medo
Julho
Acenos de Esperança
Junho
Maio, cada vez menos Mês de Maria, está indo embora...
Maio
Poema Impossível
Março
Numa tarde de verão
Fevereiro
Caminhos de ontem
Janeiro
Muros de Argila

> 2009

Dezembro
Um Brinde Vida
Novembro
A vez da vida
Outubro
Gente brava
Setembro
Gente brava
Agosto
Lição de vida no diálogo dos bilros
Julho
Camalees solta
Junho
Síndrome de papel carbono
Maio
Um tempo que se perdeu


:: Veja Também ::

Blog do Ayrton Rocha
Blog do Edmilson Caminha
Blog do Presidente
Humor Negro & Branco Humor
Fernando Gurgel Filho
JB Serra e Gurgel
José Colombo de Souza Filho
José Jezer de Oliveira
Luciano Barreira
Lustosa da Costa
Regina Stella
Wilson Ibiapina
















SGAN Quadra 910 Conjunto F Asa Norte | Brasília-DF | CEP 70.790-100 | Fone: 3533-3800 | Whatsapp 61 995643484
E-mail: casadoceara@casadoceara.org.br
- Copyright@ - 2006/2007 - CASA DO CEARÁ EM BRASÍLIA -