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Julho 2008

Camaleões à solta


Vem de longe a estranha mania, de tão longe, que talvez remonte aos primeiros tempos, quando o homem, cheio de empáfia, se considerou o maior. Um deus.

Cedo começa, e se esconde atrás de um despretensioso adjetivo, um aumentativo simplesmente, até que se escancara e se mostra tal qual é, sem paliativo! Num repetido treino, “o meu é melhor, o meu é mais bonito”, com o passar dos anos vai se sedimentando, vai se exacerbando, toma posse da personalidade, perdidos para sempre o senso do ridículo, a auto crítica e o discernimento!

Ramsés II, o faraó egípcio, tinha mania de grandeza! Exaltado pelo cargo, pelo trono que ocupava, proclamava a sua importância, não lhe bastando a fama pelas conquistas que empreendera, pelos monumentos erguidos, pela gigantesca descendência. Megalomaníaco, não vacilou em se apropriar de estátuas de personalidades famosas que o antecederam, trocando por suas feições o rosto daqueles que, em seu tempo, tinham merecido um monumento! A fraude, descoberta mil anos depois, foi percebida por uma historiadora de arte, numa exposição itinerante que acompanhou, levando os tesouros do faraó aos Estados Unidos e ao Canadá. Durante anos estudando a vida dos faraós, intrigou-a a gigantesca escultura que trazia uma expressão bem diferente das demais, sempre com um enigmático sorriso a se esboçar. Restaurada, e tendo o nome do faraó em sua base, tinha, contudo, sinais evidentes de que não lhe pertencia! Diferentes os costumes, as vestimentas, a expressão, não foi difícil para a pesquisadora constatar o esbulho do faraó, usurpando a estátua de um que lhe precedera há mais de séculos!Os monumentos, retratando em pedra Ramsés II, tinham pernas longas, saiotes amplos, um rosto triangular, olhos voltados para baixo, diferentes das outras, de olhar firme duro, dirigindo para frente. Comparando, a historiadora concluiu que Ransés II tinha usurpado não apenas uma, mas nove, de Sesostrisv I que lhe antecedera há seiscentos anos! Comprovado assim, que o roubo de objetos de arte, o plágio literário, musical, remonta aos faraós... Megalomaníaco, não hesitou em se expor ao ridículo, nem recuou ante a possibilidade de ser declarado um usurpador! A sua super estima, doentia, revelou uma fraqueza de caráter, um espírito fraudador e mentiroso.

Propalando um permanente “eu sou mais eu”, muitos Ramsés II andam à solta, se apropriando indevidamente de gestos, atitudes, expressões, ditos, de uma falsa competência, tentando a todo custo se afirmar, insatisfeito com o que são, com o que possuem, eternamente cópias!

A síndrome de papel carbono está presente no caráter, nos gestos e nos posicionamentos de centenas, mil pessoas. Muitas delas buscando ser o sósia de modelos estereotipados que marcaram época, a seu tempo. Esquecem- se, no entanto, de que alguém, a exemplo da historiadora Suruzian, pode descobrir-lhes a farsa, e colocá-los a descoberto, sem atributos, sem importância, diante de seus semelhantes...



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Regina Stella S. Quintas
Jornalista e Escritora
studartquintas@hotmail.com

                                            
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Camaleões à solta

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Um instante de Solidariedade

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Seca: a tragédia se repete
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