Novembro 2009
Homenagens póstumas
(*) Texto escrito pela neta, Lcia G. Barreira, filha do filho mais velho Vladimir e Ester Barreira, lido na despedida
"Vov
Mesmo certa de que no merecia o sofrimento que a debilidade fsica lhe impunha ultimamente, meu amor extremado e meu egosmo, pode-se dizer, me faziam sonhar com sua cura completa e acreditar que teramos mais um tempo juntos, assim como no me permitem aceitar sua partida.
Hoje acordei ainda mais triste que ontem, parece algo crescente, a ponto de tornar impossvel suportar a espera do dia em que nos reencontraremos.
Meu vozinho lindo! difcil expressar com palavras ou tentar definir LUCIANO BARREIRA, quando o emocional domina por completo, a dor da ausncia fala mais alto, o corao dilacerado chora de saudade por no mais poder contemplar seus olhos azuis e neles renovar minha fora, alegria, f e esperana! Olhar inconfundvel e insubstituvel, que poderamos comparar imensido e beleza do cu, o qual guarda encantos, mistrios e segredos jamais desvendados!
Sempre presente, dedicado, carinhoso, atencioso, amigo e sensato. Valorizava a famlia e prezava pela sua unio e harmonia. Corao manso, altrusta, repleto de sonhos, que lutava pela igualdade social, que acreditava na bondade humana e em um mundo melhor de se viver.
Desapegado a coisas materiais, mas sempre preso ao amor ao prximo e preocupado com a preservao do meio ambiente, ambos temas de muitas manifestaes orais e escritas, alm de estarem presentes em sua conduta diria ele vivia o que pregava!
Homem ntegro, culto, que gostava de ler, que com mestria e emoo singulares escrevia e falava em pblico e aos coraes daqueles que liam seus artigos, seus livros, ouviam seus discursos. Homem alegre, extrovertido, guerreiro, que destemia o desconhecido e, por isso, era um "poo de sabedoria". Sua risada contagiava, sua conversa gostosa prendia a ateno e nos fazia desejar por instantes que o tempo parasse...Impossvel conhec-lo e no admir-lo, por suas inmeras virtudes!
Em meu jardim falta uma flor, certamente uma das mais belas, cujo perfume e esplendor inestimveis permanecero para sempre em minha lembrana".
Texto dedicado por Fred, seu terceiro filho, do mais velho para o mais novo.
A Morte:
"A morte no nada.
Eu somente passei para o outro lado do caminho.
Eu sou eu, vocs so vocs.
O que eu era pra vocs, eu continuarei sendo.
Dem-me o nome que vocs sempre me deram,
Falem comigo como vocs sempre fizeram.
Vocs continuam vivendo no mundo das criaturas,
E eu estou vivendo no mundo do Criador.
No utilizem um tom solene ou triste,
Continuem a rir daquilo que nos fazia rir juntos.
Rezem, sorriam, pensem em mim. Rezem por mim.
Que meu nome seja pronunciado como sempre foi,
Sem nfases de nenhum tipo.
Sem nenhum trao de sombra ou tristeza.
A vida significa tudo o que ela sempre significou,
O fio no foi cortado.
Porque eu estaria fora de seus pensamentos,
Agora que estou apenas fora de suas vistas?
Eu no estou longe, apenas estou do outro lado do Caminho...
Voc que a ficou siga em frente, a vida continua,
Linda e bela, como sempre foi."
(*) Luciano Barreira (Quixad), jornalista e escritor