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Novembro 2008

Discurso só conciso


Se fosse Presidente ou governador do Estado, ia ditar regra para solenidades ofi ciais.Uma delas: ninguém poderia proferir discursos de mais de dez minutos. Seiscentos segundos são tempo sufi ciente para dar qualquer recado e tê-lo ouvido.O resto se transmite por escrito, se quiser o atendimento da ordem ou recomendação.

Tudo isto porque não gosto de tomar o tempo dos outros com falatório inútil.

Quando apresento meus livros. não passo de uma pagina de falação ,com trinta linhas, que dão três minutos,no máximo e logo encerro. Não tenho capacidade de discursar mais que isto.Nem tenho o que dizer.E não vejo disto necessidade.

No Ceará, há cerimônias em que os discursos duram até duas horas,como se o governador,o presidente da Assembléia e do Tribunal não tivessem o que fazer a não ser consumir logorreia inútil, desnecessária. Criou-se,porém,em benefi cio dos chatos, a teoria de que discurso curto signifi ca pouco apreço ao tema,ao homenageado da ocasião.Não tem nada disso. Representa respeito pelo tempo alheio.

Chato metido a erudito

Um chato se queixou,certa vez, de que critiquei seu interminável pronunciamento,alegando que fora discurso estudado,com muitas citações. Pois bem.Eu não queria saber de seus estudos nem ouvir suas citações.O que sei é que ele não tinha o direito de falar uma,quase duas horas torrando a paciência dos ouvintes,obrigados a ouvir sua chorumela. Ninguém é capaz de falar tanto sem despertar o sono ou o enfado dos ouvintes.

Nome da filha

Contei,aqui, a estória daquele professor que,no delírio,por conta de medicação que lhe impuseram, chamou pelo nome de muitas mulheres o que levou a esposa a lhe exigir explicações. Quando me operei em Paris, Leonardo Esteves Lima,médico brasiliense que foi ali meu anjo da guarda, indagou que mulher era Sara em que tanto falava quando estava tresvariando. Era e é minha fi lha ,mae de meu neto Arthur Henrique. Por ai vocês podem ver o quando era eu virtuoso,doze anos passados. Imaginem, hoje na boquinha dos setenta. Estou virando é santo. Não se surpreendam se o Bento me convocar a integrar a legião dos canonizados. Principalmente, se estiver vivo. Apenas reconhecimento.

Alfazema da Kanitz parecia melhor.Ou é saudade?

Contraí ,por conta dos passeios eleitorais,com Mauro Benevides seu hábito de utilizar seiva de alfazema da Kanitz.Por conta dele,ao entrar,certa vez,em casa de Zuleide e Paulo Elpidio de Menezes Neto que recebiam a visita do general Gois,ouvi a pergunta:

- Quem é que está cheirando a menino novo?”queria saber o pai do Helio Barros

- Era eu que usava alfazema da Kanitz que me parecia muito melhor que a de hoje.

Sem garantia,

Depois dos cinqüenta, a gente sai da garantia, O saudoso Milton Dias falava da velhice como aquela idade do condor.”A gente amanhece com dor aqui,com dor ali,com dor acolá.É a idade do condor”. Na boquinha dos setenta, ainda ando, falo e escrevo estas lorotas. Tenho, porem,de conviver com a realidade dos meus dias. Há anos atrás,apareceu -me dor lombar que me fazia andar com difi culdade. Fui ao Hospital Sara Kubitscheck e depois de choques elétricos ,radiografi as,o diabo a quadro,o fi sioterapeuta do Joazeiro do Nordeste, que me atendeu ,chegou a uma conclusão vulgar, miuda para a magnitude de tanto exame:” Cabelo branco na coluna vertebral”. Idade, queria dizer o gaiato

. Não gosto de levar doença ao médico

O mesmo mal me atingiu,há três dias e fui agüentando.Sou como dona Dolores que apenas quer ir ao medico quando está bem,curada para saber que mal,que enfermidade a afl igiu. Sob pressão, cheguei ao hospital,levado pela fi lha Raquel. Lá depois da radiografi a que nada registrou quanto ao sistema ósseo, sei lá o que foi, o medico me mandou logo para a ressonância magnética.

Espantei-me:por que ressonância magnética,exame tão complexo,para algo tão banal?”Como não costumo discutir ordens medicas, fui lá, sabendo do quão desagradável seria reviver tal experiência..( Como a gente se acostuma a tudo, até a fazer ressonância magnética aeitei o decreto)_Aquilo equivale a treinar para defunto. Você é introduzido num túnel apertado onde, durante tempo interminável (minha fi lha disse que foram apenas quinze minutos), ouve ruídos,muito barulho,até que chega,afi nal,a hora de sua libertação. A primeira coisa que me ocorreu foi pedir a Raquel: “ Filha,jure que fará tudo para que seja cremado”. Ela prometeu cumprir o trato:”A não ser que o Jardim Metropolitano , para quem pagaste a operação, haja fechado”.Espero que não. O que me veio à mente foi o pavor de ser enterrado vivo,uma de minhas neuras,fobias. Demorou tanto sair o resultado do exame,- passei no hospital mais de cinco horas, porque o seguro saúde é o INSS da classe media,- que só fui lá busca-lo dia seguinte. Foi tal a demora (“está envelopando”, era desculpa do boy da portaria)para a massada.

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Lustosa da Costa
Jornalista e Escritor

                                            


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