Janeiro 2009
Tempo dos Retratos
Um tempo destes, ao voltar de Lisboa, levei a maquina Fotográfica paleontológica, segundo minha irmã Cleia, a loja de fotografias, em busca de revelação. Fi-lo, porem, encabulado que nem no tempo de adolescente quando procurava o caixeiro de sexo masculino que estivesse mais distanciado dos colegas para lhe pedir a compra de uma camisa de Venus.
Quando fiz a pergunta, se revelava filmes, em voz baixa, ele me tranquilizou respondendo normalmente que sim.
Ai me lembrei de meus tempos de Sobral e do Coelhinho que fora empregado de meu pai na Fabrica de bebidas Santa Catarina e que se estabelecera como fotografo. Continuava nosso amigo. Quando um tio veio nos visitar, na Princesa do Norte, obvio que o convocamos para registrar o acontecimento. Ele veio, pressuroso, cheio de boa vontade e fotografou-nos de todas as maneiras. Nada, porem, de nos entregar as fotos. Quando meu pai o apertou pelo resultado do trabalho, ele se saiu com esta explicação: ”Seu” Costa, não tinha dinheiro para comprar o filme e fiquei encabulado de lhe pedir. Daí que bati os retratos, sem filme mesmo
Foi, por isso, que apelidei de Coelhinha, uma charmosa vice reitora da UVA que fotografou a entrega do titulo de doutor honoris causa da instituição a mim, sem ter mais espaço em sua moderna maquina, para fazer o registro fotográfico.
Nos tempos modernos, ha uma tendência há acabar com o numero de fotos que existe por conta do uso de maquina modernas cujo resultado é mostrado no computador e em sua impressora pode ser impresso. Com isto, tende a se reduzir também o numero de álbuns Fotográficos porque tendem a ser armazenados no micro.
Antigamente, a revelação de filmes demorava. Ou é porque o fotógrafo só a fazia quando havia utilizado a totalidade do filme? Então foto colorida era uma dificuldade. Falava-se que eram reveladas na America Central.
Depois em S. Paulo. E por fim entre nos, sem cumprir tantas e tamanhas distancias.
Quando fiz meu primeiro terno, apressei-me em ir ao Coelhinho para registrar o acontecimento. Fiquei danado da vida porque ele, distraído, não notou que a camisa não estava toda passada e assim aparecia um pedaço da pança do adolescente que eu era. Com o correr do tempo, achei que o descuido dava certo charme, originalidade ao registro fotográfico e passei a lhe dar o maior valor. Gosto muito de fotografias. Lembro-me de, após lançar a primeira edição com o Anuario do Ceará, trabalho conjunto com Dorian Sampaio, fui gastar o dinheiro em Paris onde, por felicidade, se encontrava Paulo Elpidio de Menezes Neto. Lá muito saímos e sua companhia foi prazerosa como é ainda hoje. À certa altura, achei de lhe pedir me fotografasse fazendo o lançamento do livro no Sena. E ele o fez. No “Itinerário do Lustosa”, obra de Luiza Amorim, lá estou eu no bateau mouche, diante da torre Eiffel, Fingindo jogar nas águas do rio o produto de nosso trabalho. Era lançamento físico e não literário, tarde ou noite de autógrafos. Uma blague Como papagaio de pirata,nem sempre tive a melhor performance..
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(*) Lustosa da Costa (Sobral), jornalista e escritor.